terça-feira, 19 de março de 2013

Coragem...


Já fui covarde. Já recuei muitas vezes por medo de não dar certo.
Já deixei de gostar por medo de não gostarem de mim. Já fugi para me proteger. Já desisti por medo de falhar, já fechei o coração por medo de chorar.
Sim, isso é ser covarde. Não adianta querer dar outros nomes mais bonitinhos como “racional”, “ponderada” ou “pés no chão”. Se fechar para o mundo, seja em qual aspecto for, não é inteligência ou precaução.. é  C-O-V-A-R-D-I-A.
Isso porque precisa de muita coragem para abrir o peito e arriscar ser feliz. Dá medo de sair do casulo, da zona de conforto na qual esteve por tanto tempo. Colocar o coração na corda bamba, trilhando um caminho que pode, ou não, machucar.
Não é fácil suspirar diversas vezes, fechar os olhos e sentir. Apenas sentir. Não é qualquer um que aguenta o tranco de estar no coração de alguém ou de ter a responsabilidade de ser o motivo do sorriso alheio. É difícil e o orgulho não quer deixar outra pessoa te fazer feliz, cuidar de você.  É absurdamente complicado se colocar vulnerável ao se entregar em um relacionamento. Somente os corajosos dão um passo, estendem a mão, aceitam viver. Topam começar, recomeçar e, se preciso for, fazem isso tudo outra vez. Se suas escolhas derem certo, ótimo. Se não, lidam com isso. Choram, colocam a tristeza pra fora, limpam a bagunça e deixam a casa pronta para outra.
Não quero mais covardia. Nem a minha, nem as dos outros. Não quero esperar o tempo passar, a batalha esfriar ou só entrar em campo quando o fogo já baixou. Não quero essa coisa morna, de estar sem estar, de sentir mais ou menos e de pessoas que se contentam com isso.
Criei coragem para sempre tentar mais uma vez. E outra. E outra. E outra...

segunda-feira, 4 de março de 2013

Respeito...


Dessa vez não vim falar de coração partido ou apaixonado. Vim falar de um assunto que tá preso na garganta há muito tempo: a falta de respeito para com o próximo. Isso está presente em todos os lugares e em todos os tipos de relações, sejam elas profissionais, amorosas, de amizade ou familiar. Me dói os olhos e o coração ver tanta falta de respeito pelo mundo. São filhos que gritam com os pais e professores, chefes que humilham subordinados, maridos que traem as mulheres, motoristas que xingam pedestres – e vice versa- políticos que roubam a população, pessoas que não dizem mais por favor, obrigado, desculpa.
 É só andar na rua (a pé, de carro ou transporte público) que vemos incansáveis exemplos de falta de educação, stress extremo e intolerância. As pessoas estão doentes, o mundo está doente.  A corrida contra o relógio faz com que uns passem por cima do outros, como se existisse uma lei de sobrevivência. Aliás, exatamente isso: Estamos nos tornando selvagens, deixando de lado a moral e os bons costumes.  Para sobreviver (e não vou nem analisar o significado dessa palavra) em São Paulo, por exemplo,  parece que nos é imposto o comportamento do  “empurra-empurra”, do andar apressado, de costurar no trânsito e, se alguém ousar entrar na frente,  xingar com todas as forças a pessoa que o atrapalhou - mesmo que por um segundo -  o nosso louco e ensandecido caminho.  
A gentileza, de tão rara, torna-se notícia. Atitudes que deveriam ser básicas ao ser humano, como respeito, educação, compaixão, se transformaram em “qualidade”,  como se fosse um item opcional. As pessoas não se importam mais com os sentimentos alheios. Ninguém se coloca mais no lugar do outro. Traições acontecem, também, porque o traidor não sabe a dor que é descobrir-se traído.
Em relação às crianças de hoje, faltam para elas exemplos de caráter e boa convivência com o próximo. Isso porque os pais estão criando seus filhos com o lema “Meu filho pode tudo” e não castigam ou colocam limites, pois não querem chatear as pobres criaturas. Ainda por cima, vão tirar satisfação com os professores quando estes chamam a atenção da criança por ter feito algo errado ou quando a deixa de castigo por ter respondido com um palavrão ou brigado com um coleguinha. Na cabeça desses pais, isso é inadmissível e para ajudar a sua prole a superar esse “trauma”, dão um novo jogo de videogame. Aí depois choram se perguntando “O que fizemos de errado?” ao ver o filho metido em drogas ou colocando fogo em moradores de rua.
Tenho medo dessa sociedade ao nosso redor, dessa perda de valores. Mas me recuso a participar dessa ignorância. Não vou ser hipócrita e dizer que ajo certo na maioria das vezes. Apenas quero expressar a minha vontade de ser uma pessoa melhor e fazer a minha parte de não contribuir para a perpetuação desses tipos de comportamentos.
Ah, antes que eu me esqueça, tenham uma boa tarde. =)