terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Desistir...


Desisti de lutar comigo mesma e me cobrar para parar de pensar em você ou de sentir saudades. A gente só sente saudades de algo que foi bom, e você foi bom. Por mais que nossa juventude tenha pregado peças contra nós, como ciúmes, cabeça dura, provocações e mania de um querer mudar o outro, a gente cresceu, amou, sorriu, achou o conforto no abraço do outro e o apoio necessário em um olhar.
Parei de ter pressa em ter um novo alguém ou simplesmente ter você de volta. Por muitas vezes,  me vi entrando em situações forçadas e desagradáveis por causa disso. Um sorriso na noite que na manhã seguinte não passava de uma maquiagem borrada e arrependimento. Procurei por felicidades vazias, por pessoas vazias, por noites vazias, mas não solitárias. Passeei de boca em boca, entre barbas mal feitas, cheiros e peles à sua procura.  Criei barreiras reais e imaginárias tentando afastar aqueles que poderiam ser, mas não foram. Não me permitia ter sentimentos verdadeiros e genuínos por pessoas que, não sei por que, gostaram de mim em um momento em que eu aparentava apenas uma sobra do que tinha ficado com você.
Toda a cobrança em tornar obrigatório o “eu não querer mais você”, me tornou grossa, rebelde e fria. Me tornei minha própria inimiga, virei sombra de alguém sem coração que os olhos encharcados não  permitiam enxergar nem o próprio reflexo no espelho. Alguém sem fisionomia, sem vida, sem ar.  Alguém que só sabia que estava viva porque sentia dor.
E sofrer cansa. Eu cansei. Cansei de sobreviver e quis viver. Procurei ajuda... de amigos, família, religiosa, espiritual, mística, médica, de amores, amantes. Fui a qualquer lugar, topei fazer promessas, aceitei tudo que  pudesse devolver  o meu sorriso e minha vontade de ver a luz do Sol e a Lua. E, em um dia, eu simplesmente aceitei tudo o que eu sentia sobre você e percebi que as coisas acontecem naturalmente, seja pra você voltar ou para se tornar uma lembrança muito boa e de alguém muito especial que passou em minha vida.
Me libertei.
 Simplesmente aceitei a verdade de que você ainda está aqui dentro, e parei de pedir para você ir embora.

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